Sirlei Aparecida de Souza Antunes - Santana do Manhuaçu, Minas Gerais

Sirlei assim como muitas outras mulheres, foi criada na roça, com os pais, que ensinaram a agricultura de forma natural. Aos 22 anos ela se casou e foi morar em uma propriedade com o marido que já trabalhava na roça. Na época eles tinham cinco mil pés de café e também trabalhavam com produção de leite.
Ela é responsável pela horta, mas também é incumbida de organizar a casa, a alimentação dos trabalhadores e a secagem do café no terreiro. Ela também colhe café e trata das criações animais.
 Na propriedade de Sirlei, atualmente ela trabalha na criação de galinhas, mas também já trabalhou com porcos. Na propriedade existe muita diversidade de frutas como jabuticaba, manga, acerola, graviola, laranja, jambo, goiaba, cana de açúcar, lichia, banana, abil, seriguela dentre outras. Ela ainda faz panos de prato, bordados e crochê.
Sirlei também utiliza a medicina alternativa, com uso de chás e homeopatia, e evita sempre que possível fazer uso de remédios alopáticos.
Em 2014 ela participou peela primeira vez do Programa de Formação Feminismo e Agroecologia (PFFA), realizado pelo Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata (CTA-ZM) e gostou muito, disse que sempre participará quando houver outras oportunidades. Para ela, o PFFA foi uma excelente oportunidade para troca de experiências, aprendeu coisas novas, além de ter se divertido muito.
Sirlei pretende participar do grupo de mulheres que está se formando na sua comunidade, com a proposta de trabalhar com panificação. Até o momento o grupo já conta com  13 mulheres, que já vem se articulando para a concretização da atividade.
Foi o primeiro contato dela com a agroecologia, que considerou de extrema importância, e confessou que sem saber ela já praticava a agroecologia, já que nunca usou veneno e sempre primou pela diversidade em sua propriedade.
Para ela, a maior dificuldade da agroecologia é a produtividade, porém ela não se importa em  produzir menos, mas melhor, com mais qualidade. Ela sempre conversa com o marido sobre o uso de agrotóxicos que já está convencido de não usar.
A família tem uma excelente saúde e quase não vão ao médico. Praticamente não tem gastos em supermercados, compram basicamente arroz, óleo e sal. Ela confessa às vezes comprar uns biscoitos recheados, mas não é sempre.
Sirlei tem um projeto de trabalhar com granja e porcos que também ficarão sob sua responsabilidade, assim como a horta, que por enquanto é só para despesa. Na propriedade de Sirlei existe mata nativa, com presença de macacos barbados que ela faz questão de preservar. Na mata existem ainda, capivaras, seriemas, jacu dentre outros animais.
“O melhor da agroecologia é preservar a natureza que nós tanto precisamos. Até na lavoura ela se faz presente, tem mamão e outras frutas até lá no meio do cafezal, por todo lado, gostamos muito de tudo isso”. 

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