Neusa Sinézia Feliciana - Acaiaca, Minas Gerais

Há aproximadamente cinco anos Neusa se tornou agricultora agroecológica. Moradora da comunidade do Maracujá em Acaiaca, Neusa observou o sucesso da produção agroecológica de suas vizinhas Marli e Marlene e de outras que já haviam iniciado a transição agroecológica e se interessou pela ideia.  A mudança começou a acontecer após Neusa se integrar a Comissão de Mulheres, o que a aproximou das atividades do Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata (CTA-ZM).
No CTA-ZM Neusa foi convidada a participar do projeto “Mulheres e Agroecologia em Rede”. O projeto, desenvolvido pelo CTA-ZM, tem como eixo central o empoderamento técnico, político e econômico das mulheres rurais, de tal forma que as mesmas possam ter uma maior incidência nos processos de gestão e monitoramento das políticas públicas voltadas  para o desenvolvimento rural. As ações propostas visam contribuir para a autonomia política e econômica das mulheres rurais a partir da qualificação dos seus processos organizativos. Além do projeto Neusa também passou a participar no Movimento de Mulheres da Zona da Mata e Leste de Minas (MMZML).
Durante muitos anos Neusa foi agricultora convencional, utilizando técnicas prejudiciais como o fogo para roçar, mas destaca nunca ter utilizado agrotóxicos.
Hoje, após conhecer a Agroecologia, Neusa tem um trabalho diversificado. Em sua propriedade tem horta, tanque de peixes, criação de galinhas, porcos e ainda separa o lixo. O quintal é rico em frutas: laranja, mexerica, banana, graviola, acerola, jabuticaba, goiaba, limão e muitas folhas de chá, com as quais cuida da saúde da família.
Neusa destaca dois grandes aprendizados agroecológicos que se tornaram hábitos: a reciclagem do lixo e o curso de horta e compostagem. “Antes o lixo ficava aqui mesmo no quintal, espalhado para todo lado, eu não ligava. Agora separo tudo, e o quintal está limpinho”.
A agricultora agroecológica ainda sente dificuldade de abandonar o uso de alguns artifícios, como por exemplo, o formicida, que confessou ainda usar, mas evita ao máximo. Outras pragas são combatidas com caudas naturais, ensinadas nos grupos de formação.
Além da produção do quintal, ela trabalha com sabão, crochê, ponto cruz e vagonite. Neusa também comercializa produtos para a merenda escolar e ainda faz quitandas, pães, roscas, broas e bolos.
Um dos fatos mais marcantes na vida de Neusa, após a transição agroecológica, foi à redução do uso de remédios, idas ao médico e o ganho geral de saúde e qualidade de vida para a família. Também ressalta o considerável aumento na renda familiar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário