Mary Vitória é
agricultora familiar e artesã, moradora da zona rural de Acaiaca. Ela é viúva e
tem dois filhos já criados. Mesmo tendo morado em várias cidades, foi na roça
que ela encontrou a paz, trabalhando com a agroecologia há mais de 13 anos.
O primeiro contato de
Mary com a agroecologia se deu a partir do momento em que ela começou a
participar da Comissão de Mulheres do município, o que proporcionou diversos
momentos de aprendizagem e também a aproximou do Centro de Tecnologias
Alternativas da Zona da Mata (CTA-ZM).
No CTA-ZM, Mary passou
a participar do Projeto “Mulheres e Agroecologia em Rede”. O projeto
desenvolvido pela organização tem como eixo central o empoderamento técnico,
político e econômico das mulheres rurais, de tal forma que as mesmas possam ter
uma maior incidência nos processos de gestão e monitoramento das políticas
públicas voltadas para o desenvolvimento rural. As ações propostas visam
contribuir para a autonomia política e econômica das mulheres rurais a partir
da qualificação dos seus processos organizativos.
Atualmente Mary está
com a horta parada, porém pela própria diversidade existente em sua
propriedade, ela continua entregando produtos para a associação. Ela tem
entregado ovos, banana, acerola e outras frutas. Mary também faz quitandas como
roscas e pães, que também são comercializados.
Outra atividade de Mary
é o artesanato, que trabalha há 25 anos. Dentre os trabalhos de artesanato ela
destaca as bonecas de palha, as flores de palha, a utilização de cabaças,
mensageiros do vento e filtro dos sonhos que comercializa entre a comunidade e
outras feiras.
Mary também trabalha com
reciclagem, reutilizando garrafas pet e pneus velhos.
Ela se destaca por
nunca ter sido agricultora convencional, já começou a trabalhar na terra de
maneira agroecológica. Existe também a influência da antiga proprietária que só
usava adubo orgânico.
Mary tem internalizado
e colocado em prática várias tecnologias alternativas, aprendidas nos cursos e
capacitações, oferecidos pelo projeto citado acima, como compostagem,
minhocário e a não utilização do fogo na roçada.
Mary confessa que a
maior dificuldade de ser agroecológica é em relação às pragas, como carrapatos
e formigas que sempre aparecem. Ela enfatiza outros problemas: “Outro problema sério é a própria
comunidade, que joga veneno nas estradas e desviam as nascentes e as valas de
enxurrada. Falta consciência nessas pessoas”.
Além do artesanato, da horta,
do pomar de frutas e das plantas medicinais, Mary também planta capim para
criação de cavalos, vacas e galinhas que ela cuida sozinha.
Para Mary o maior benefício
da agroecologia é a preservação do meio ambiente e a melhoria da saúde da
família, mas também ressalta que a maneira agroecológica de se trabalhar tem
aumentado muito a sua renda, já que diversificando os cultivos e as atividades
ela consegue comercializar e obter renda o ano todo.
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