O pai de Francisca
morava em São Pedro do Glória, Minas Gerais e ficou viúvo quando ela ainda tinha
apenas oito anos de idade. Nesta época, ela foi morar com um tio na cidade de
Araponga, onde cresceu e conheceu o seu marido, Sebastião de Paula. Aos vinte
anos, Francisca foi morar, junto com o marido, na zona rural da cidade e logo
já começaram a trabalhar na terra. Ela já praticava a agroecologia sem conhecer
a palavra. Como ela mesma explica: "A
vantagem de se trabalhar com a agroecologia é que é tudo natural’’.
Há cinco anos, Francisca
entrou para o Movimento de Mulheres, principalmente por influência de amigas e
de parceiros do Sindicato de Trabalhadores Rurais do município, o qual já era
associada.
Francisca nunca plantou utilizando
agrotóxicos, porém, durante muitos anos trabalhou em grandes fazendas da
região, onde o uso de agrotóxicos era constante, mesmo assim ela nunca aceitou
trabalhar na aplicação destes.
Primando pela
diversidade, ela planta de tudo. Na sua propriedade, tem lavouras de café,
milho e feijão. Francisca também cuida da horta, muito diversificada, juntamente
com o marido. Além disso, a família cria porcos, cabritos, galinhas e cavalos, e
têm uma boa área de pastagem para os animais. O pomar de Francisca também é
diversificado, lá é possível encontrar laranja, limão, mexerica, manga, goiaba
e abacate, além da juçara, espécie em que a família vem investindo nos últimos
anos.
Na propriedade existe
uma nascente, mas eles preferem não utiliza-la já que é uma nascente com muita
matéria orgânica, o que inviabiliza o seu uso rotineiro, sendo assim preferem
preservá-la e garantir a água para o futuro.
Segundo Francisca a
participação no grupo de mulheres tem melhorado a sua vida em diversos aspectos.
Ela destaca a importância em se envolver com outras mulheres e poder trocar
informações, experiências e aprendizados.
Francisca entrega hortaliças
para a escola, como alface, almeirão, beterraba e cenoura. Ela também está
começando a trabalhar com artesanato e pretende continuar participando dos
grupos de mulheres. “Não volto pra
cidade, já morei lá. Aqui eu tenho paz, ganhei qualidade de vida”. Francisca
trata dos filhos com remédios naturais: “Os
menino quando adoece, que é muito difícil, eles tomam chá daqui mesmo”.
A principal dificuldade
encontrada pela produtora é a falta de conhecimento, por isso acha tão
importante os intercâmbios, os considerando uma excelente oportunidade de
trocar informações e experiências.
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