A agricultora Maria
Aparecida nasceu na cidade de Santana de Cataguases, e é filha de agricultores.
Na década de 70, a família saiu da roça para morar em São Paulo.
Nos anos 80, o pai de
Maria foi assassinado em um assalto, depois do fato decidiram que a família voltaria
a zona rural de Santana. A partir de seu retorno a roça começaram a desenvolver
atividades com horta e criação de galinhas.
No ano de 2006, a
agricultora conheceu o Movimento dos Sem Terra (MST) e foi morar em tendas de
lona junto aos integrantes do MST, que luta pela reforma agrária e justiça
social. No acampamento de Francisco Julião, Maria Aparecida começou a se
envolver com a causa, se tornando militante, viajando e participando das ações
do movimento. Ela trabalhou muito com as atividades de base do MST.
Já faz três anos desde que
Maria se mudou para o Olga Benário e conquistou a terra em que reside e produz.
Hoje ela fornece alimentos para a prefeitura, para a merenda escolar, e também
vende de porta em porta. Além disso, ela entrega ovos no supermercado, e vende
inclusive ovos de pata.
Maria Aparecida
participa já a um ano do Movimento de Mulheres da Zona da Mata e Leste de Minas.
Foi durante essa participação que ela conheceu o termo agroecologia, e logo
colocou em prática as atividades agroecológicas: não utilizando o agrotóxico e
primando pela diversidade de plantas. Na propriedade, a agricultora produz
manga, caju, cajá, manga, jabuticaba, abacate, laranja, mexerica, banana,
mamão, coco, figo, entre outros. Por isso, ela considera que a variedade da horta
é tão importante. Além disso Maria também cria galinhas, patos, gansos,
codornas, coelho, bezerro e vacas, para produção de leite e para corte.
A produção
agroecológica tem trazido grandes benefícios, principalmente pelo melhoramento
e recuperação do solo da propriedade, que foi muito maltratado pelo fogo
durante os antigos plantios de cana de açúcar da região. Segundo a agricultora,
a agroecologia tem trazido a fertilidade de volta. Para Maria, ‘’a saúde também é um fator muito importante
que a agroecologia tem melhorado’’.
A produtora rural
destaca a dificuldade na disseminação das práticas agroecológicas: ‘’O difícil é convencer as outras pessoas de
que é esta a maneira certa de produzir, principalmente para os pequenos produtores.
O movimento das mulheres foi muito importante para a conscientização sobre esse
assunto, e para isso, a troca de experiências promovida é de suma
importância’’.
Maria Aparecida também
faz artesanatos como crochê, pano de prato, ponto cruz e tapete de malha. Ela
os comercializa de forma particular, também os deixando em pontos de venda ou
mandando-os para a cidade de São Paulo.
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