Os pais de Lucilena
moravam em São Paulo, quando ela tinha 10 anos resolveram vir para Santana do
Manhuaçu, pelo fato de terem parentes na região. Eles se cansaram da vida na
cidade grande, juntaram as economias e compraram um terreno na zona rural. Os
pais, apesar de terem ido para São Paulo, cresceram na lida com a terra e
Lucilena aprendeu com eles.
Ela se casou aos 22
anos de idade e logo se mudaram para a zona rural. O marido dela trabalha com o
café e produção de leite. Ela sempre ajuda o marido, dividindo as tarefas
rotineiras. Na época da colheita do café ela faz a comida da família, dos
trabalhadores e também ajuda na própria panha.
A horta é
diversificada, da qual cuida e é responsável sozinha, assim como a criação de
galinhas poedeiras. Na propriedade também tem grande diversidade de frutas,
como mamão, laranja, mexerica, abacate e abacaxi.
Para ela a agroecologia
é muito importante, pois é a maneira natural de se plantar, com mínima interferência,
o que gera produtos com mais qualidade e mais saudáveis. Ela ainda não conseguiu convencer o marido
sobre o uso de agrotóxicos, que já diminuiu muito a utilização, mas ainda não
parou de usar.
Lucilena é
sindicalizada a mais de 10 anos e foi a partir do Sindicato que ela conheceu o Centro
de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata (CTA-ZM) e o Programa de Formação
Feminismo e Agroecologia (PFFA) do qual passou a participar. Ela achou muito
bom participar, pela troca de informações, pelas conversas e conhecimentos.
Em relação à saúde da
família ela afirma que os filhos não adoecem fácil, mas quando acontece ela
trata com chás naturais e argila, para dores corporais. Ela também utiliza a
homeopatia, que para ela os resultados são muito visíveis, inclusive nos
animais da propriedade.
Ela também faz parte de
grupo de mulheres, que esta se organizando com a proposta de trabalharem com
panificação. Até o momento o grupo já conta com 13 mulheres.
Na propriedade existe uma mata nativa e uma
nascente, que fazem questão de preservar, pois sabem do valor e da importância
deste para o próprio meio ambiente bem como para eles.
Eles ainda compram as
sementes utilizadas nas lavouras, mas gostariam de conseguir algumas sementes
crioulas para fazerem testes.
Ela considera muito
importante a autonomia das mulheres, que devem sempre buscar o seu espaço,
participando de reuniões e se organizando.
“A autonomia das mulheres é muito
importante, nós devemos sempre buscar o nosso espaço na sociedade, participando
das coisas, das reuniões e nos organizando.”
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