Eliane nasceu e foi
criada na roça, o pai é comerciante e a mãe dela casou-se de novo e é dona de
casa. Criada pelos avós aprendeu com eles a lidar com a terra. Aos 20 anos ela
se casou e foi morar na zona rural onde começou a trabalhar a sua própria
propriedade.
O carro chefe da
propriedade sempre foi o café, mas também trabalha com leite, entregando em
média setenta litros por dia. Eliane ajuda na colheita do café e também na
secagem no terreiro. Ela também é responsável pela organização do lar, o que
inclui, além da alimentação da família, a alimentação dos trabalhadores que
acompanham o marido na lida diária.
Na propriedade também tem um pomar com grande
variedade de frutas. A horta fica por conta dela, que tem quiabo, abóbora, alface,
couve, repolho, cebolinha, chuchu dentre outras variedades. Existe também um
tanque de peixes, para despesa da família e criação de galinhas.
Eliane é sindicalizada
há oito anos, e foi por intermédio do sindicato que conheceu o grupo de
mulheres, que a motivou a participar do programa de formação feminismo e
agroecologia. O grupo de mulheres tem o
interesse de trabalhar com panificação e já vem se articulando para a sua
concretização. Ela conheceu agroecologia no PFFA, e achou muito interessante,
já que a praticava mesmo sem saber. Após este contato ela tem diversificado
cada vez mais a sua produção, apostando cada vez mais no modo de produção
agroecológico.
Apesar das mudanças na
propriedade, provocadas por Eliane, ela ainda não conseguiu convencer o marido a
parar de utilizar o Round-up, mas os outros insumos já foram cortados. Para ela
a agroecologia é muito importante por se trabalhar de maneira natural. Ela tem
notado uma melhora considerável na saúde da família e das criações que também
são tratadas de maneira natural, com a homeopatia.
A família quase não tem
gastos com remédios e idas aos médicos. Eles se tratam a base de plantas
medicinais e homeopatia, eles acreditam muito na medicina alternativa.
Eliane trabalha com
doces de vários tipos diferentes, que também pretende comercializar algum dia.
“Parem
com os agrotóxicos, não faça isso, faz mal para os seus filhos. Não precisa de
veneno nas plantas, só carinho e atenção.”
Eliane disse que os
programas de formação tem sido ricos momentos de troca de informações entre as
mulheres e também por ser um momento de descontração.
“Os
encontros fortalecem as mulheres rurais em suas realidades.”
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