Cleonice Faria Gomes do Prado Lopes - Araponga, Minas Gerais

Os pais de Cleonice moravam em Estouro em Araponga, o pai era agricultor e a mãe era costureira. Ela tem sete irmãs mulheres e dois homens que foram criados no meio rural e assim permanecem, vivendo da terra até hoje.
Cleonice se casou com 20 anos e foi morar em São Joaquim, comunidade rural de Araponga.
 O marido dela sempre viveu da terra, trabalhando com diversas culturas, porém nunca usou agrotóxico por medo das intoxicações.
Cleonice tem um a rotina de trabalho pesada, com três filhos pequenos ela é responsável por toda a organização da casa, desde a limpeza, cuidados com as crianças e alimentação da família o que exigem muito dela. Além dessas tarefas ela ainda apanha café, seca e ajuda na capina da lavoura. A horta também fica por conta de Cleonice, os filhos ajudam, mas a maior parte é ela quem faz.
Ela se filiou ao sindicato a mais de 10 anos, pela necessidade de conhecer outros agricultores, o que a aproximou da comissão de mulheres e consequentemente do Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata (CTA-ZM).
A partir dos conhecimentos agroecológicos obtidos com a participação nos movimentos, ela adotou diversas práticas agroecológicas como a utilização  de cinza e urina de vaca no combate a pragas e insetos. Cleonice também entrega alface e couve, mas a horta tem grande diversidade como quiabo, mostarda, cebolinha, salsinha dentre outras. O pomar, também de responsabilidade dela, é rico, com goiaba, manga, acerola, limão, carambola e jabuticaba. Ela cria porcos, vacas e galinhas, ela cuida de tudo, mas confessa ter medo das vacas. Também entrega os produtos agroecológicos para o mercadinho da associação.
As despesas da família com o supermercado é reduzida, só compram arroz, óleo, açúcar, farinha de trigo e macarrão para os domingos.
“A vantagem da agroecologia é a saúde que melhorou muito, ganhamos qualidade de vida”.
Para Cleonice participar dos projetos que envolvem a agroecologia é um importante momento para adquirir informação e ganhar novos conhecimentos.
Ela já trabalhou plantando várias espécies de milho crioulo, que não dão caruncho e que são mais resistentes, mas que não produzem bem. Por isso há alguns anos ela passou a comprar do outro, o transgênico, que ela é obrigada a comprar novamente no ano seguinte. Ela lamenta esta dificuldade, mas infelizmente não toma as decisões da família sozinha.
A saúde da família também é uma preocupação de Cleonice, que se utiliza da medicina alternativa, consultando com um senhor da própria comunidade, que prescreve chás e tinturas a partir de plantas medicinais. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário